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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Flint and steel com juta

Primeiro, um resuminho sobre o famoso flint and steel, a técnica de fogo com pedra e aço, através de faísca, que é uma das mais praticadas, juntamente com as de fogo por atrito (hand drill, bow drill... ou fogo com pauzinho :P que eu não pratico ainda).

Preciso enfatizar, mais uma vez, que praticamente tudo o que eu comento aqui (à exceção, claro, das minhas experiências pessoais e aventuras) sobre técnicas diversas, eu já aprendi de outras fontes, como o já mencionado Fórum Bushcraft Brasil, o próprio Youtube e no Google mesmo. Então, por vezes não vou me ater à falsa pretensão de ensinar determinadas coisas... Acho mais produtivo indicar os meios para que você procure vídeos e fontes de conteúdo melhores sobre cada assunto.

Resumidamente, e sem entrar em pormenores relacionados a especificações acerca dos materiais, a técnica de flint and steel, ou pedra e aço, consiste no uso de um pedaço de metal, geralmente com a borda lisa, lixada, que, em choque com uma parte mais cortante e/ou irregular, agressiva, de determinadas pedras (geralmente com altos índices de dureza), vai produzir faísca. O resultado é semelhante ao que se consegue ao riscar uma barra de ferrocério (ou pederneira), por exemplo, só que em menor escala, visto que a barra é um utensílio confeccionado para este fim. Mas a faísca por si só não vai adiantar muita coisa. E é aí que vem a parte mais difícil. Creia: bater com o ferro (ou striker) na pedra e fazer faísca é a coisa mais fácil do mundo... o problema é fazer essa faísca virar fogo...
É aí que entra a habilidade de obter o material que pode dar início ao fogo de fato. E, depois disso, de fazer esse fogo se manter e virar uma fogueira.
Você tem que ser rápido, ao mesmo tempo paciente e persistente.

Na maioria das tentativas iniciais, eu consegui fazer a faísca virar fogo, mas não consegui mantê-lo, com treino, fui encontrando a melhor maneira de chegar ao meu objetivo. É um aprendizado constante.

Pra começar, sempre uso o standard dos standards, que é o tecido carbonizado. Depois, um ninho com material seco e que pegue fogo rapidamente, como folhas secas, sisal, paina, etc. E recomendo não "economizar" no material do ninho, pois quanto maior ele for, menor a chance de se apagar antes de começar, de fato a fogueira. Já pequei por fazer um ninho muito pequeno e perdi algumas tentativas, na hora de tentar fazer o fogo pegar nos gravetos...

Vou colocar aqui alguns links de vídeos do amigo Cristian, do canal CR Bushcraft, nos quais ele explica algumas coisas importantes e que me ajudaram muito na hora de desenvolver minhas habilidades.

Primeiro, o vídeo sobre três modos diferentes de utilização da técnica:

https://www.youtube.com/embed/C8DUCEWKj48

Agora, o vídeo sobre os tipos de pedra:

https://www.youtube.com/embed/pq47yr_VN14

Recomendo também esse outro vídeo em que ele começa fazendo uma fogueira e depois dá dicas e demonstrações de como conseguir pedra na natureza:

https://www.youtube.com/embed/nJrqI8gyojk

E, finalmente, a coleção e os modelos de strikers do Cristian:

https://www.youtube.com/embed/JsvVSVtZTkc

Sobre os strikers, importante salientar que são produtos artesanais. Você não vai encontrar esses utensílios "industrializados". Eles são fabricados e vendidos geralmente por cuteleiros.
Nosso primeiro striker, ganhamos do querido amigo Dambrós, em janeiro de 2015, no encontro de Blumenau do FBB.
E, falando em Dambrós, e ainda nessa questão de strikers, muitas vezes é difícil encontrar um cuteleiro que faça essas peças (no nosso caso, tivemos que comprar de outro estado), mas não é muito complicado de fazer, se você não quiser entrar no mérito de entortar, moldar e querer fazer bonito.
Simplesmente uma lima dessas que se compra em ferragens já pode fazer a festa, como o próprio Dambrós explica nesse vídeo:

https://www.youtube.com/embed/MOJPNUXwWRM


Agora, vamos ao tema específico desta postagem...
A Fernanda estava fazendo umas coisas usando tecido de juta, e, conforme alguns retalhos haviam sobrado, ela me perguntou se aquilo teria alguma utilidade, talvez pra fazer fogo...
Resolvi testar.
O tecido é assim:



Embora a fibra em si seja muito parecida com o sisal (Agave sisalana , família Agavaceae), as plantas são muito diferentes.



Isto é sisal.
O sisal é uma planta originária do México.






(foto: internet)






A Juta (Corchorus capsularis) é uma fibra têxtil vegetal que provém da família Tilioideae. Esta erva lenhosa alcança uma altura de 3 a 4 metros e o seu talo tem uma grossura de aproximadamente 20 mm, crescendo em climas úmidos e tropicais. A época de semear varia, segundo a natureza e o clima.




Foto ao lado e abaixo: Ernesto Souza
(revista Globo Rural)


 O seu principal componente é a celulose, sob a forma de linho-celulose. A juta tem boa afinidade para corantes diretos e para corantes básicos. É muito higroscópica, regulando a umidade em 12%, o que a torna a matéria prima ideal para a sacaria, evitando tanto o ressecamento quanto a fermentação do produto acondicionado. É uma cultura fácil, acompanhada de uma maceração trabalhosa e de pouco rendimento, sem a utilização de agrotóxicos ou fertilizantes. (fonte: Wikipedia)

Foto: Alex Pazuello (Portal Amazônia)

Compramos um metro desse tecido (em casa de material para artesanato) por cerca de R$ 7,00.
Agora vamos ao teste propriamente.
Utilizei tecido carbonizado, striker e pedra, e a juta como mecha.
Vejamos o que aconteceu:






Um comentário:

  1. Saudações!
    Muito legal a postagem.
    Texto super direto e muito bem escrito.
    Muito obrigado por compartilhar essa super dica
    Um baita abraço
    Cadu

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