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quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Os kits de gesso

Vamos fazer um texto breve, baseado em uma reflexão momentânea, que surgiu ao montarmos as mochilas para fazermos nossa primeira atividade "real oficial" de trekking... Já que a aventura de dezembro de 2015, vulgo "aquela vez que a gente quase foi pras cucuias", não era pra ter sido assim tão longa.

Então... Os kits.
Cuidado com o condicionamento dos kits.
Mude seus kits conforme sua necessidade. Mude os itens, o recipiente, o tamanho... Unifique alguns e separe outros.
Inclua a remodelagem e a revisão permanente dos seus kits na sua lista de planejamento.
Não se prenda naquele kit que ficou bonito e ajeitadinho e que você pode estar levando só pra carregar peso.
Pense na atividade que vai fazer e na necessidade de levar aquelas coisas.
E isso vale pras lâminas, ferramentas e utensílios em geral.
A gente sempre entra naquelas neuras de youtube de montar kits disso e daquilo... de querer organizar tudo meticulosamente.

Está sendo bem complicado ter que riscar da lista dessa viagem alguns equipamentos que gostamos de ter por perto... Sempre levamos alguma coisa que "pode ser que precise usar", "vai que, né".
Pois então. O exercício do desapego e do "deixa esse peso em casa" está sendo importante nesses dias pré-viagem.

Confesso que, a pouco mais de 24hs do momento de montar as mochilas propriamente, ainda não consegui desistir de algumas coisas... Mas estou trabalhando nisso.

A dica então é: não deixe sempre os kits prontos e não "se obrigue" a carregar coisas que você não precisa.

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Do bushcraft ao trekking e vice-versa: Mudar é bom!

Hoje quero falar sobre o quanto "ficar parada" gerou na gente uma vontade maior de se mexer...
Explico: ano passado nós saímos de um apartamento pequeno e fomos pra uma casa relativamente grande, e tivemos toda a função e gastos da mudança. Além disso, outras implicações oriundas do trabalho, mudanças de rotina, tudo influenciou para uma redução drástica e dramática nas nossas atividades outdoor.
Estamos no final de 2018 e nos últimos 24 meses, dá pra contar nos dedos de UMA mão quantas vezes conseguimos ir pro mato.

Ainda antes de chegar no âmago da questão central do título desse post, cabe um pequeno pulo ao passado para um breve apanhado do que fizemos até hoje.
Tudo começou numa brincadeira. A ideia de acampar surgiu de um encontro de família... Depois disso, as pesquisas, as compras de equipamentos, o aprendizado, tudo vem se construindo de 2012 pra cá.
Esses conceitos e práticas que navegam pelo sobrevivencialismo, bushcraft, escotismo, técnicas primitivas e modernas, estudo de equipamentos, tudo isso vai se consolidando e ganhando (ou perdendo) espaço conforme vamos encontrando aquilo que nos satisfaz. E essa satisfação também muda de lugar.
Até tempos atrás, nosso principal objetivo era ir para o meio do mato, montar um acampamento ou uma base, e lá ficar, praticando técnicas diversas, construindo coisas e etc. E ainda gostamos disso, claro! Mas hoje, conversando e refletindo, vemos que também há uma vontade muito grande de ANDAR, de fazer trilhas e travessias, de conhecer lugares diferentes.

Eis a migração do bushcraft para o trekking!

E com essa mudança, vem junto uma boa revisão de tudo o que usamos, que temos e que carregamos, bem como a forma como tudo isso se apresenta.

Numa atividade de trekking, a praticidade de alguns utensílios deve ser priorizada. Ora, depois de andar o dia inteiro, não é muito inteligente fazer fogo com pauzinhos, rachar lenha e etc... Não estamos num programa do Discovery.
No trekking, o ideal é montar um abrigo prático e rápido, e usar métodos preferencialmente modernos e que forneçam resultados mais satisfatórios e imediatos. Claro que o conhecimento de bushcraft sempre será muito útil. Mas os equipamentos precisam ser um pouco repensados.

Nossas principais mudanças estão sendo em relação às mochilas, passando de modelos táticos com média capacidade, para cargueiras, com ergonomia e foco na relação de conforto com o equipamento e as jornadas. Além disso, o modo como acomodamos e levamos alguns itens também muda.

Uma outra revisão é em relação ao tipo de abrigo. Começamos usando barraca. Recentemente migramos para as redes, e estamos gostando bastante de usá-las.
As principais diferenças entre as redes e a barraca são:
- Individualização do equipamento: No uso das redes, cada uma leva o seu conjunto, composto por rede, mosquiteiro (ou híbrido), toldo/lona, jogo de cordas, mosquetões etc; Já no uso de barraca, por ser um equipamento único, o que precisamos fazer é a divisão das peças entre cada uma. Eu diria que, para o uso individual, as redes seriam muito mais vantagem no quesito peso x volume. Mas como acampamos as duas juntas, é tudo dobrado, logo, a diferença entre levar a barraca ou as redes já fica bem menor.
- Sensação de segurança. Nas redes, ficamos separadas, ainda que consigamos ficar relativamente próximas. Já conseguimos colocar as redes lado a lado. Mas no geral, à noite, não ficamos diretamente em contato. E isso incomoda um pouco. Quem costuma ir pro mato sabe que, à noite, principalmente em situações de calmaria, qualquer barulhinho prende a atenção. Além do fato de que nas redes, o equipamento e as mochilas ficam obrigatoriamente fora, mesmo que dê pra colocar debaixo do toldo.
Já na barraca, ficamos juntas, e as mochilas podem ficar dentro ou no avancé (dependendo, claro, do modelo de barraca utilizado);

Mas o principal nessa questão é a evolução dos materiais com que são feitas as barracas modernas. Hoje em dia estão ultra leves e práticas, facilitando a portabilidade e montagem.

É bem provável que acabemos comprando uma barraca nova, que atenda nossas necessidades.

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Continuando sobre as tralhas de acampamento - O começo.

Recebi uma pergunta, ou melhor, um pedido de ajuda, nos comentários de um vídeo do canal. E resolvi tentar responder aqui no blog.
A questão era: "Estou perdido, não sei por onde começar a comprar os equipamentos para acampar".

Então... Não conseguiria responder isso num comentário de youtube e não tenho tido tempo de gravar vídeos. Por isso, vou tentar ser breve e objetiva.

Este primeiro texto trata de "segurar a periquita" e não querer sair fazendo tudo ao mesmo tempo.

O básico que se precisa cobrir para um acampamento (e aqui coloco a questão de acampar no mato, não em campings) são as áreas de ABRIGO, FOGO, FERRAMENTAS, ÁGUA, ALIMENTAÇÃO, VESTUÁRIO, HIGIENE, PRIMEIROS SOCORROS. E tudo isso deve ser elencado sem jamais se deixar de considerar a equação PESO X VOLUME X NECESSIDADE.
Você não é um camelo pra carregar tanto peso nas costas e, na maioria das vezes, quando estamos começando, temos a tendência a exagerar e levar mais do que precisamos... Talvez justamente por não termos o conhecimento.

Dentro de cada área dessas, existirão preferências e muitas, muitas opções. Em todas elas é possível "improvisar", adaptar itens de casa e etc. Mas é importante ter uma ideia do que não pode faltar.

O ponto de partida é ter calma e não começar querendo fazer o mais difícil. Ora, se não temos equipamentos ou conhecimentos adequados para incursões complexas e extensas no meio do mato, NÃO VAMOS PRO MEIO DO MATO PASSAR UMA SEMANA SOZINHOS!
Começar pelo começo é sempre o melhor caminho.
Primeiramente a gente tem que saber usar algumas coisas e ter alguns equipamentos e conhecimentos básicos, testá-los e depois começar a melhorar e dificultar as coisas.

Consiga o básico e vá passar um final de semana num camping, com alguma estrutura. É completamente diferente de acampar no mato. Mas é uma boa situação pra testar equipamentos e técnicas.

Acredite: aqueles caras dos programas de sobrevivência não nasceram sabendo fazer fogo esfregando pauzinho. E muitas vezes eles não fazem!
Ter paciência é fundamental e treinar é o ponto de partida para conseguir.

No quesito ABRIGO, temos coisas como barracas, redes, lonas, cordas... Você tem que escolher o que prefere usar para dormir e descansar. Acampar é uma coisa cansativa, principalmente se envolver trilhas mais longas carregando equipamento pesado, ou se você resolver ficar construindo coisas (como mesas, cadeiras, bancos, abrigos mais elaboradas, etc).
Então, se você optar por uma barraca, vai ter que levar em consideração:
- o tamanho (se você acampa sozinho ou com mais pessoas);
- a qualidade (e o preço também... aquela barraca baratinha, comprada do Walmart, provavelmente não vai durar muito e não vai aguentar muita coisa);
- a impermeabilidade (ou coluna d'água, que é a quantidade de chuva que seu equipamento aguenta sem infiltrar);
É importante limpar o solo, pra não ter nada que possa furar o piso da barraca e também pensar em ter uma lona para cobri-la, caso não seja uma barraca de qualidade e possa passar água da chuva.
Junto com as lonas, é importante ter cordas para fixá-las. E as cordas você só aprende a quantidade com o uso. E ajuda se você já conhecer o lugar onde vai acampar, pra ter uma noção da distância entre árvores e tal. Mas talvez uma dica importante seja não comprar cordas muito grossas pra prender apenas uma lona. Cordas mais finas farão o serviço, são mais baratas, mais leves e menos volumosas.
Ainda no quesito cordas: SAIBA USAR! Aprenda no youtube mesmo pelo menos os nós mais básicos para as coisas que você pretende fazer e dê uma treinadinha antes.
Não tente aprender todos os nós do guia dos escoteiros, porque na prática, você precisa saber pouca coisa nos primeiros acampamentos... depois, se for do seu interesse, você pode se aprofundar no tema.
Se for acampar com redes, pense que, em termos de Brasil, seus maiores inimigos serão os mosquitos. Procure redes com mosquiteiros ou mosquiteiros para redes.
Tenho um post sobre redes AQUI
Pra dormir, um bom saco de dormir. Não vou entrar em detalhes... São muitas opções e muitas variáveis!

No FOGO, bem, pra quem está começando, não posso dizer nada além de: LEVE UM ISQUEIRO BIC CHEIO!
Além do isqueiro, leve iscas para ajudar a começar uma fogueira. A principal e mais prática isca seria o algodão embebido em vaselina. Pegue um pote pequeno, que seja bem fechado, coloque o algodão e molhe com vaselina líquida.
Existem vários tipos de iscas, você pode pesquisar e ver o que prefere usar.
Outra coisa a se considerar é usar algum fogareiro. Isso já é bem particular e vai depender do que você tem ou quer comprar... Vale até uma postagem sobre os meus fogareiros. Mas ainda não fiz. Só tenho um vídeo/post falando sobre o fogareiro a gás que compramos da China: (veja aqui)

ÁGUA... É uma das coisas mais importantes no acampamento. Você vai ter que levar água se for para um local onde não haja fonte de água potável próximo. Só que, mais do que ter água, ela tem que ser consumível sem riscos.
Se você vai coletar água no local, pense em duas coisas: Filtrar e purificar.
Para filtrar existem algumas opções, eu diria que o mais fácil é usar um ou dois filtros de café de papel, pra tirar as impurezas e sedimentos maiores.
Para purificar, o que a gente aprende desde criança é FERVER a água. MAS, no meio do mato, se você estiver, por exemplo, fazendo uma trilha, não dá pra parar, fazer fogo, ferver a água e esperar esfriar pra tomar... Logo, usar produtos como Clorin, Hidrosteril ou mesmo água sanitária são as alternativas mais fáceis.
Pra levar água, um cantil, squeeze, hidrabag... Mas se precisar carregar água até o local do acampamento, sacos industriais (daqueles bem resistentes) ou mesmo garrafas grandes (3 ou 5 lts) também ajudam.
Existem soluções mais engenhosas, como garrafas dobráveis, mas isso você tem que procurar onde comprar...

Num próximo texto vou continuar o assunto....